terça-feira, 27 de janeiro de 2015

" É chocante que a história de Alan Turing seja verdade", diz o roteirista Graham Moore, de O Jogo da Imitação.

Drama indicado a oito prêmios Oscar estreia nos cinemas no dia 5 de fevereiro.
Hollywood tornou-se uma agitação só no final de dezembro de 2011, quando se espalhou a notícia de que um roteiro sobre a vida do criptoanalista britânico Alan Turing estava sendo escrito por Graham Moore. No ano seguinte, o roteiro finalizado de O Jogo da Imitação (The Imitation Game), adaptação da biografia de Alan Turing escrita por Andrew Hodges, não apenas liderou a badalada Black List – que destaca os melhores roteiros ainda não produzidos em Hollywood – como o fez com a melhor pontuação de toda a década.

Moore, indicado ao Oscar de Roteiro Adaptado por O Jogo da Imitação, que estreia nos cinemas no dia 5 de fevereiro, afirma que a história de Turing o deixou simplesmente maravilhado. “É uma daquelas histórias que se você tivesse inventado, não seria crível: a história de uma pessoa que passou por tantos dramas, que era um gênio, um herói de guerra, que inventou o computador, que foi processado pelo governo por ser homossexual e que cometeu suicídio. São todas essas histórias em uma mesma vida e em um único filme. É chocante que a história de Turing seja verdade”, diz o roteirista, autor do romance best-sellerThe Sherlockian, uma biografia de Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes.



A admiração de Graham Moore por Alan Turing começou há muitos anos: “Quando eu era adolescente, estava bastante interessado em ciência da computação. Eu fui para uma colônia de férias estudar computação, programação e, dentre os meus colegas de curso, Turing era objeto de fascinação, era cultuado mesmo. Porque ele foi o inventor do computador não reconhecido, com quem a história não fez justiça. Ele sempre era mencionado, fosse pelos Steve Jobs e Bill Gates desse mundo, fosse por mim, então adolescente. Eu não sei se eu farei algo que eu ame tanto de novo em minha vida, mas estou muito feliz por aproveitar essa oportunidade agora”.

O título do filme foi inspirado pelo título de um artigo publicado por Turing após a guerra, em que ele detalhava o método que havia criado para determinar se uma resposta teria sido formulada por uma máquina ou uma pessoa de verdade. Poderia ser considerado um teste de tipos, mas, para Turing, era um jogo – O Jogo da Imitação.

O Jogo da Imitação (The Imitation Game) é baseado na história real do lendário criptoanalista inglês Alan Turing (Benedict Cumberbatch, indicado ao Oscar), conhecido como o pai da computação moderna. Com direção do norueguês Morten Tyldum, indicado ao Oscar, a produção narra a tensa corrida contra o tempo de Alan Turing e sua brilhante equipe no projeto Ultra.

Sediada no “invisível” Bletchley Park, durante os dias mais negros da Segunda Guerra Mundial, a eclética equipe liderada por Turing era formada por matemáticos – dentre eles a única mulher do grupo, Joan Clarke (Keira Knightley, indicada ao Oscar), linguistas, campeões de xadrez, e tinha como missão decifrar os códigos de guerra nazistas e contribuir para o final da Segunda Guerra Mundial.

O drama biográfico narra também os períodos mais importantes da vida de Alan Turing, desde os infelizes anos da adolescência no internato, passando pelo triunfo secreto de sua equipe durante a Segunda Guerra até a tragédia de sua morte prematura no período pós-guerra, quando foi condenado por ser homossexual e obrigado a tomar injeções de hormônio para não ser preso.

Alan Turing inventou a técnica eletromecânica que permitiu a quebra de cerca de 3.000 mensagens de códigos secretos gerados pela máquina alemã Enigma, possibilitou o fim da Segunda Guerra Mundial e deu os primeiros fundamentos para a criação do computador.

O Jogo da Imitação é um dos grandes favoritos ao Oscar, com oito indicações: Melhor Filme, Melhor Direção (Morten Tyldum), Melhor Ator (Benedict Cumberbatch), Melhor Atriz Coadjuvante (Keira Knightley), Melhor Roteiro Adaptado (Graham Moore), Melhor Trilha Sonora (Alexandre Desplat), Melhor Edição (William Goldenberg) e Melhor Design de Produção (Maria Djurkovic, Tatiana Macdonald).


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