A Orquestra Sinfônica Nacional UFF realiza a série OSN Cine nos
dias 4, 5 e 6 de outubro, com o clássico filme Ganga Bruta, de 1933
A Orquestra
Sinfônica Nacional UFF apresenta no dia 4 de outubro, às
19h, e nos dias 5 e 6 de outubro, às 10h30, no Cine Arte UFF, a
série OSN Cine. As exibições fazem parte da programação
do 4º Festival de Cinema do BRICS, que reúne produções e
atividades voltadas para o cinema dos membros do grupo BRICS –
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O filme Ganga
Bruta será exibido com execução da trilha sonora ao vivo pela
OSN UFF. O regente convidado Thiago Santos comandará a Orquestra
nestas apresentações que contarão com composições de Radamés
Gnattali (1906 - 1988).
A
série OSN Cine une duas formas de arte distintas, mas que se
complementam de forma ímpar: a música e o cinema. Ambas encontraram
na cultura brasileira o terreno fértil e propício para o surgimento
de grandes artistas. Dois deles estarão em evidência no OSN Cine
deste ano: um dos maiores cineastas brasileiros, Humberto Mauro,
idealizador do mais significativo ciclo regional de nosso cinema,
inspiração de Glauber Rocha e do Cinema Novo; e Radamés Gnattali,
um dos mais profícuos arranjadores brasileiros de todos os tempos,
artista de destaque tanto na música popular quanto na música
erudita.
Nesta
exibição especial do filme Ganga Bruta, obra de 1933, com
direção de Humberto Mauro e trilha de Gnattali, o público poderá
conferir a junção do trabalho destes dois grandes nomes. A plateia
também será contemplada com a presença do maestro Thiago Santos,
um dos principais nomes da nova geração de regentes brasileiros.
Serviço:
OSN Cine - Filme: Ganga Bruta
Orquestra Sinfônica Nacional UFF - OSN
Dia 4 de outubro (sexta), às 19h, e dias 5 e 6 de outubro (sábado e domingo), às 10h30
Cine Arte UFF - Rua Miguel de Frias 9, Icaraí, Niterói
Classificação etária: 14 anos
Ingressos:
Sexta: ENTRADA FRANCA com distribuição de senhas uma hora antes.
Sábado e domingo: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Ficha técnica:
Ganga Bruta
País: Brasil
Direção: Humberto
Mauro
Produção: Cinédia
Elenco: Déa Selva,
Durval Bellini, Lu Marival e Décio Murilo
Ano: 1933
Duração: 82 minutos
Classificação
Indicativa: 14 anos
Sinopse: Em sua
noite de núpcias, Marcos mata a esposa ao descobrir que ela não era
virgem. O escândalo repercute, mas ele é absolvido. Muda-se para
Guaraíba, onde dirige as construções de uma fábrica, auxiliado
por Décio, que vive com sua mãe paralítica, e Sônia, sua irmã de
criação. Sônia se interessa por Marcos, mas Décio, que a ama
platonicamente, teme que algo aconteça entre os dois. Marcos ainda
vive atormentado pelas recordações de seu noivado com a esposa que
assassinara. Um retrato da vida brasileira nos anos 1930, onde
predominam a sensualidade, a repressão sexual e a violência urbana.
BRICS
O 4º Festival de Cinema do BRICS reúne produções e atividades
voltadas para o cinema dos membros do grupo BRICS – Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul –, com edições anuais intercaladas
entre os cinco países.
Em 2019, o Brasil sedia o BRICS, e Niterói foi a cidade escolhida
para acolher, entre os dias 23 de setembro e 9 de outubro, a quarta
edição do festival. O evento é realizado pelo Departamento de
Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense (UFF), com a
cooperação da prefeitura de Niterói, apoio institucional da Ancine
e patrocínio da Secretaria Especial de Cultura, do Ministério da
Cidadania.
A 4ª edição do Festival de Cinema do BRICS busca valorizar o
passado, o presente e o futuro do cinema, com ações voltadas para a
história cinematográfica dos países membros do bloco e para dar
espaço para novos talentos do audiovisual. O evento conta com
diversas atividades, cursos e mostras, todos abertos ao público.
Além disso, a 4ª edição evidencia a importância da universidade
pública na formação audiovisual no Brasil e a sua participação
na produção e manutenção de acervos audiovisuais.
Nota
de programa
Se
Ganga Bruta (1933) marca o cinema nacional como um dos mais
importantes filmes brasileiros de todos os tempos, para o jovem
Radamés Gnattali (1906-1988) é o início de sua atividade como
compositor de trilhas sonoras – nos 50 anos seguintes, escreveu
música para mais de 35 filmes incluindo Rio 40 Graus (1955),
O Homem do Sputnik (1959) e Eles Não Usam Black-tie
(1981). Como o longa de Humberto Mauro surgiu na transição do
cinema silencioso para o falado, a trilha essencialmente orquestral
de Gnattali cumpre papel fundamental no desenrolar da trama, numa
espécie de tradução musical da narrativa. Ao longo do filme, uma
variedade de gêneros e estilos musicais caracterizam e conceituam
personagens, sentimentos e locações. Como traço marcante da
produção de Radamés Gnattali, sua fácil circulação entre a
música de concerto e a música popular nos faz ouvir em Ganga
Bruta seresta, maxixe, batuque, valsa, inserções de trechos da
Abertura 1812 de Tchaikovsky além de canções românticas –
incluindo Teus Olhos, Água Parada, concebida como
leitmotiv do casal protagonista – e a marchinha de carnaval Ta-Hí,
grande sucesso nos anos 1930 na voz de Carmen Miranda.
Radamés Gnattali
Radamés Gnattali nasceu em 1906, em Porto Alegre. Foi um compositor,
arranjador, maestro, pianista e violista. Filho de dois apaixonados
por música, recebeu aulas de piano dadas pela mãe, lições de
violino com a prima, além da influência do pai que era músico. Se
forma pianista pelo Instituto de Belas Artes de Porto Alegre aos 18
anos de idade.
Por 4 anos, toca Viola no quarteto de cordas Henrique
Oswald. Em fins de 1920, se muda para o Rio de Janeiro, onde se
torna integrante do quarteto Hotel Central. Em 1930, apresenta as
suas primeiras composições, todas elas de repertório erudito. À
música popular, ele apenas vai se aproximar em 1932, em virtude da
necessidade financeira de subsistência. Muitos de seus trabalhos
nessa época são realizados sob o pseudônimo Vero, em uma tentativa
de encobrimento de seu repertório popular. Sua carreira cresce
conectada à música popular. Seus arranjos se tornam muito
cobiçados. Cria a Orquestra Carioca, primeira rádio dedicada
exclusivamente à música brasileira. Em 1943, surge a Orquestra
Brasileira de Radamés Gnattali, com a intenção de levar uma
brasilidade maior às orquestrações.
Após o fim das orquestras radiofônicas (pelo advento da televisão),
seu trabalho retoma um foco maior novamente para a música erudita,
além de ser maestro e arranjador em algumas TVs.
Em janeiro de 1983, recebeu um Prêmio Shell na categoria de música
erudita. Um dos maiores responsáveis pela diluição das fronteiras
entre erudito e popular no Brasil, ele morreu em 1988, no Rio de
Janeiro, tendo composto em sua vida a trilha sonora de mais de 35
filmes.
Thiago
Santos - Regente convidado
Thiago
Santos tem sido apontado como um dos mais promissores jovens regentes
brasileiros da atualidade. Após atuar como maestro assistente da BBC
Philharmonic e da Royal Liverpool Philharmonic, na Inglaterra
(2014-2016), retornou ao Brasil e desde então tem dirigido
regularmente diversas orquestras pelo país, dentre elas: a Sinfônica
Nacional-UFF, Sinfônica da UFRJ, Sinfônica de Sergipe e Sinfônica
Jovem de Goiás.
Também
trabalhou com a Filarmônica de Minas Gerais, Sinfônica de Porto
Alegre e Sinfônica de São José dos Campos.
Por
duas temporadas (2017 e 2018), foi maestro titular e diretor
artístico da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da
Paraíba, sendo reconhecido por importante expansão artística do
grupo e sua consolidação no cenário orquestral nacional. Foi o
primeiro latino-americano contemplado com a bolsa de estudos
Leverhulme Arts Scholar para o renomado programa de regência
orquestral do Royal Northern College of Music, em Manchester
(Inglaterra).
Centro de Artes UFF
Cine Arte UFF
Divulgação
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