sexta-feira, 14 de setembro de 2018

No dia 15 de setembro, o Centro de Artes da UFF exibe ‘Metrópolis’, com trilha sonora ao vivo pela Orquestra Sinfônica Nacional

 O evento faz parte das comemorações dos 50 anos 
do Centro de Artes UFF


No dia 15 de setembro, às 19h, o Centro de Artes UFF traz ao público uma
exibição especial da série OSN Cine, em função do aniversário do Cine Arte UFF, que completa 50 anos. Já consolidada nas Temporadas da Orquestra Sinfônica Nacional (OSN UFF), a série OSN Cine propõe ao público a experiência de assistir um filme com trilha sonora executada ao vivo, buscando ampliar e potencializar a percepção das artes em um ambiente diversificado, unido pela música e cinema. Nesta edição, o filme, além de ser projetado na sala de cinema, será projetado fachada da reitoria, com a música reproduzida no jardim e ainda servirá de inspiração para o video mapping também projetado na fachada. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).
     O concerto, com a exibição do filme Metrópolis, integra a programação comemorativa dos 50 Anos do Cine Arte UFF, uma das salas mais tradicionais de Niterói. Metrópolis, de 1927, foi dirigido pelo alemão Fritz Lang e será exibido em sua versão restaurada pela Fundação Friedrich Wilhelm Murnau, em 2010. A trilha sonora original executada pela OSN, sob regência de Tobias Volkmann, foi composta pelo alemão Gottfried Huppertz.

Metrópolis apresenta a natureza dupla dos seres, com imagens inovadoras do cinema expressionista alemão

Baseando-se em imagens visuais que estavam bem à frente de seu
tempo, o expressionismo alemão foi o estilo perfeito para a realização desse filme épico de ficção científica, em que uma magnífica cidade futurista é mantida por trabalhadores escravizados no subsolo. A história se passa no ano de 2026, exatamente um século após a data de sua produção. A população local encontra-se dividida em duas classes: a elite dominante e a classe operária, que vive num mundo subterrâneo, escravizada pelas monstruosas máquinas que fazem a cidade funcionar a todo vapor. Uma revolução operária é planejada, mas sempre impedida por Maria, uma espécie de “líder pacifista” dos trabalhadores, que acha que tudo poderá ser resolvido quando as duas classes se unirem para o bem comum. É quando o chefe da cidade pede a um cientista maligno que construa um robô à imagem e semelhança dela, para que possa gerar a discórdia entre os trabalhadores.

A obra-prima de Fritz Lang revolucionou o cinema e se tornou um marco da ficção-científica


Considerado um dos cineastas mais notórios de todos os tempos, Fritz Lang (1890-1976), em 85 anos de vida dirigiu mais de 40 filmes na Alemanha e nos Estados Unidos, passando para as telas uma percepção da realidade que o inclui entre os grandes mestres da linguagem cinematográfica. Filho de um engenheiro católico e de mãe judia, nasceu no conforto de uma família austríaca de classe média. Com o sonho de ser pintor, aos 20 anos mudou-se para a Alemanha e ingressou na Academia de Artes de Munique. Em seguida foi para Paris, para dar continuidade aos seus estudos em artes plásticas, e lá fez amigos que já trabalhavam com cinema. O cenário da Primeira Guerra Mundial foi uma de suas maiores motivações e, junto a outros cineastas da época, iniciou o movimento chamado de “expressionismo alemão”. Essa formação inicial em artes fica evidente na sua abordagem visual, que cria diferentes atmosferas por meio de jogos simbólicos e efeitos de iluminação, desenvolvendo narrativas por meio da edição de imagens. O cinema mudo alemão, marcante e inovador, inspirou-se na arte expressionista e nas técnicas de teatro clássico da época. As paisagens futuristas de Lang são distorcidas, assim como as linhas convencionais do expressionismo alemão tradicional.

OSN UFF

A Orquestra Sinfônica Nacional nasceu em janeiro de 1961, pela assinatura do então presidente da República, Juscelino Kubitschek. A OSN era parte da Rádio MEC e atuou por muitos anos no sistema de radiofusão, desempenhando uma importante função social de divulgação da música brasileira de concerto. Em 1984, a orquestra foi integrada à Universidade Federal Fluminense (UFF), onde dá continuidade à sua missão de preservar e apresentar para o público obras de compositores nacionais e estrangeiros. Em 2009, a OSN UFF deu início a uma nova fase. Sem deixar de lado seus objetivos principais, a orquestra optou por trabalhar com regentes convidados, além de solistas especializados nos mais variados instrumentos. Junto com os tradicionais concertos abertos ao público, a OSN UFF desenvolve também projetos como o Sons da Orquestra, voltado para formação de plateia, que se apresenta em escolas da rede pública com uma mistura de música e contação de histórias, a série Rio, que visa ocupar espaços da música de concerto na cidade do Rio de Janeiro, a Série OSN Popular, com repertório não-erudito, porém com alguma identificação com a música de concerto e a Série OSN Alvorada. Em 2011, a OSN comemora seu Jubileu de Ouro com uma série de concertos, tendo à frente regentes convidados: Samy Fucks, Roberto Duarte, Norton Morozowicz, Henrique Morelembaum e Tobias Volkmann, atual regente da OSN UFF. Todos esses contribuíram para o desenvolvimento profissional e artístico do grupo.


Sobre Tobias Volkmann:

O maestro gaúcho Tobias Volkmann é um dos mais destacados de sua geração e é reconhecido tanto no Brasil quanto no exterior. Também conquistou diversas premiações ao redor do mundo, como no Concurso Internacional de Regência, na Finlândia, em 2012, e o Prêmio de Público no Festival Musical Olympus de São Petersburgo, em 2013.

Estudou canto com Inácio De Nonno e regência com André Cardoso na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Complementou sua formação como regente em masterclasses internacionais ministrados por Kurt Masur, Jorma Panula, Ronald Zollman, Isaac Karabtchevsky e Fabio Mechetti. Concluiu mestrado em regência orquestral na Universidade Carnegie Mellon de Pittsburgh (EUA) sob a orientação de Ronald Zollman. Quando chegou ao Rio em 1999, Tobias Volkmann conseguiu seu primeiro trabalho no Teatro Municipal como garçom, um mero papel figurante na ópera “Così fan tutte”, de Mozart. Com sua boa voz de barítono, passou a cantar no Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, onde encarou trabalhos difíceis como a intrincada “Missa solemnis”, de Beethoven, que Isaac Karabtchevsky regeu em 2007 no teatro, curiosamente, a mesma peça com a qual estreou no papel de regente.

Em 2015, estreou na célebre sala do Gewandhaus de Leipzig como convidado da temporada oficial do Coro e Orquestra da Rádio MDR, concerto que foi o ponto alto de uma temporada com sucessos de público e de crítica. Tocou ainda à frente da Orquestra Sinfônica de Brandemburgo em concerto de música brasileira com a harpista Cristina Braga. Também atuou no musical “Cristal Bacharach”, de Charles Möeller e Claudio Botelho.

Como regente convidado, esteve à frente de grandes orquestras europeias e sul-americanas, entre as quais se destacam as sinfônicas do Porto Casa da Música, Estatal do Museu Hermitage e Estatal de São Petersburgo, Sinfônica do Chile, Orquestra Petrobras Sinfônica e Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. É convidado frequente nas temporadas argentinas.



A projeção na fachada da Reitoria da UFF, com reprodução da trilha sonora no jardim, conta com técnica de vídeo mapping

 Jansen Raveira, que trabalha com animação e vídeo mapping, usa dessa técnica para misturar a realidade e o animado como forma de interferir na arquitetura. O artista, que está produzindo a projeção na fachada do prédio da Reitoria da UFF, conta um pouco sobre seu trabalho:

“O video mapping é uma forma de cinema que dialoga com as artes plásticas, com a arquitetura, com o espaço mais físico. O principal do vídeo mapping é que é uma forma de arte ainda considerada nova, apesar de ter sido feita nos anos 70. Hoje em dia é tecnologicamente mais fácil e há mais estrutura, de forma que nos dá mais liberdade artística.

O filme, no vídeo mapping, é feito não para ser projetado em uma tela de cinema comum, mas sim em uma superfície específica. Essa superfície é estudada pelo artista para que se respeitem as formas, criando uma imagem que interage com a arquitetura.

A nossa ideia é fazer uma instalação, que vai contar com artes feitas exclusivamente para o evento, com elementos inspirados no filme. Queremos transformar a fachada da Reitoria da UFF em uma verdadeira cidade Metrópolis, com visões e imagens do filme.

Nossa intervenção será antes do filme, como uma grande abertura ao espetáculo. Tanto alguns elementos do original quanto os da restauração do Metrópolis vão ser utilizados para conversar com elementos do prédio. O filme vai ter muitos aspectos interessantes porque, apesar de estarmos no contexto do mundo real, mergulharemos em um universo preto e branco!”.

Serviço:

15 de setembro (sábado) às 19h
OSN Cine - Metrópolis
Rua Miguel de Frias 9, Icaraí, Niterói - RJ
Ingressos: Inteira R$30 • Meia R$15 (meia-entrada para estudantes, pessoas acima de 60 anos e servidores da UFF)
Duração: 153 min
Indicação etária: 12 anos
Regência: Tobias Volkmann

METRÓPOLIS
Metropolis, Alemanha, 1927, 153’, P&B, 12 anos
De Fritz Lang
Com Brigitte Helm, Alfred Abel, Gustav Fröhlich
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Trilha original: Gottfried Huppertz


FONTE: Ana Luisa Vasconcellos Avila / Centro de Artes UFF

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