Primeira direção de Sinai Sganzerla, sócia da Mercúrio Produções,
o longa-metragem aborda a história do Morro do Castelo, marco da fundação
do Rio de Janeiro, e sua destruição devido a reformas urbanísticas
O Morro do Castelo, conhecido como "Colina Sagrada", foi escolhido pelos colonizadores portugueses para ser o local das primeiras moradias e fundação da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de sua importância histórica e arquitetônica, o morro foi destruído por reformas urbanísticas com o intuito de "higienizar" a cidade e promover a especulação imobiliária.
“Apesar de fundamental para o entendimento de nossa fundação, esta história ainda é pouco conhecida e divulgada. Apenas no fim dos anos 90, começam a surgir livros sobre o tema e relatos mais detalhados. Quando descobri, fiquei fascinada e motivada a contar a trajetória da região”, explica Sinai. “O filme cobre 465 anos de história do Rio de Janeiro, desde a guerra entre franceses e portugueses e o extermínio de índios que antecederam a fundação até os dias de hoje”
Caça ao tesouro
O filme aborda ainda a instigante lenda do tesouro: ouro e pedras preciosas teriam sido armazenados nas galerias subterrâneas do morro por jesuítas na época colonial, que acabaram expulsos da região. Durante muito tempo, acreditou-se que existia uma riqueza escondida e inúmeras requisições foram feitas para conseguir uma autorização para a exploração do Morro do Castelo. Trechos do romance O Subterrâneo do Morro do Castelo, reunião de crônicas escritas por Lima Barreto no jornal Correio da Manhã que contam parte desta história, são lembrados no longa. O autor foi uma das poucas vozes que defenderam publicamente a permanência e vida do Morro do Castelo de São Sebastião.
O longa-metragem tem sua narrativa baseada em cerca de 700 iconografias e pinturas de diversos períodos, desde a fundação da cidade de São Sebastião até os dias atuais e conta com imagens em movimento da Celebração do Centenário da Independência do Brasil, em 1922, evento realizado com as terras do desmonte do Morro do Castelo. O documentário também conta com depoimentos de áudio de ex-moradores do Morro do Castelo e dos engenheiros que trabalharam no seu desmonte.
“Além de detalhar toda essa história, quis fazer uma analogia com as remoções que até hoje são realizadas sob falsos pretextos e com a constante desvalorização da nossa história”, completa a diretora.
Sobre Sinai Sganzerla
Sócia da Mercúrio Produções, Sinai Sganzerla produziu os longas ‘A Moça do Calendário’, ‘Ralé’, a restauração do longa ‘Copacabana Mon Amour’ e a série para TV ‘Van Bora!’, entre outras obras. Também trabalhou como distribuidora do filme ‘Luz nas Trevas - A Volta do Bandido da Luz Vermelha’ em salas de cinema, além de assinar sua produção. Atua ainda nas áreas de pesquisa, curadoria e musicoterapia. Como diretora, fez sua estreia com o documentário ‘O desmonte do Monte’.
Ficha Técnica:
Direção e roteiro: Sinai Sganzerla
Montagem: Rodrigo Lima
Pesquisa adicional e tratamento iconográfico: Lucio Branco
Pós-produção e finalização: Hebert Marmo
Colorista: Anuar Marmo
Motion design: Rodrigo Lima, Jansen Raveira, Andre Pantoja
Edição e mixagem de som: Damião Lopes, Jesse Marmo, Vinicius Leal
Seleção musical: Sinai Sganzerla
Música original: Marcelo Callado
Fotografia cidade contemporânea: Nayana Sganzerla, Sinai Sganzerla
Produção de base: Ludmila Patrício
Produção executiva: Sinai Sganzerla
Controller: Cristiane Cavalcante
Letreiros e Cartaz: João Marcos de Almeida
Produção e Realização: Mercúrio Produções
Festivais/Exibições:
17ª Mostra do Filme Livre, MFL 2018 – RJ, SP, DF
5 Fórum Internacional sobre Patrimônio Arquitetônico - Brasil-Portugal (FIPA)
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