Primeiro longa do diretor Dannon Lacerda apresenta ousadas cenas de sexo gay.
o filme estreia dia 07 de outubro (sábado) na Premiere Brasil/ Novos Rumos/ Prêmio Félix
Filmado em junho do ano passado, o primeiro longa do diretor sul-matogrossense Dannon Lacerda, radicado desde 2006 no Rio, estreia no Festival do Rio, na mostra competitiva Première Brasil/Novos Rumos, dia 7 de outubro, às 20h15. Copa 181 retrata a vida do casal Taná (Carlos Takeshi) e sua esposa Eros (Simone Mazzer) em Copacabana, no Rio de Janeiro. Enquanto ele trabalha numa pequena loja de materiais de construção, ela dedica-se à carreira de cantora de ópera. Aparentemente a rotina do casal segue seu curso até que um espaço (a sauna Copa 181), onde trabalha a travesti Kika (Silvero Pereira), afeta gradualmente a vida dos protagonistas lançando novas possibilidades e refletindo, mesmo que subjetivamente, no futuro de cada um deles.
Copa 181, que também está competindo pelo Prêmio Felix/Festival do Rio, tem no elenco nomes como a atriz e cantora Simone Mazzer (revelação no Prêmio da Música Brasileira), Carlos Takeshi (que trabalha em Malhação), e Silvero Pereira (da novela A Força do Querer). Coincidentemente, a personagem de Silvero (Kika) parece com o papel que ele interpreta na novela das 21h, mas foi criado bem antes, inspirado nas experiências e pesquisas do ator no coletivo As Travestidas, fundado por ele em Fortaleza.
Seguindo a mesma poética dos curtas do diretor, selecionados e premiados em dezenas de festivais, Copa 181 não é uma obra fechada, permitindo diversas reflexões sobre as relações humanas, seus desejos e inquietações. “Parto sempre do princípio que um filme é uma obra coletiva. Mesmo que o argumento tenha sido escrito por mim, deixo que o processo de construção com os atores afete constantemente o roteiro, permitindo ampliações e novos olhares sobre os temas propostos. No caso de Copa 181, estudamos o comportamento dos frequentadores das boates e saunas gays do Rio de Janeiro para compreendermos como esses espaços afetam a vida das pessoas e percebemos, no decorrer desse processo, que se tratavam de ambientes muito diferentes dos clichês geralmente divulgados. Penso que o cinema tem essa função de desvendar mundos desconhecidos, de buscar uma narrativa que humanize as pulsões do humano, tratando-as com naturalidade e sem julgá-las”, comenta o diretor que não cansa de elogiar o desempenho do elenco e da equipe que abraçou o projeto de maneira incondicional.
Em um cenário deprimente de retorno de pautas moralistas em nome da família ou da religião, com o Brasil detendo o triste recorde do país onde mais se mata travestis e transexuais em todo mundo, o filme trata de temas polêmicos não se furtando a mostrar cenas de sexo com naturalidade, como acontecem nas saunas.
A produção foi realizada de forma 100% independente e sem patrocínios. Selecionado no edital do CTAV (Centro Técnico do Audiovisual), que cedeu parte dos equipamentos para as filmagens, Copa 181 teve um orçamento modesto – viabilizado através de recursos próprios e crowdfunding.
SERVIÇO:
Exibições no Festival do Rio
07/10, 20h15, Cinépolis Lagoon (sessão para convidados)
08/10, 15h, Estação Net Rio, em Botafogo (sessão seguida de debate)
09/10, 14h, Museu da República
Fonte: Cláudia Machado de Oliveira.
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