terça-feira, 8 de agosto de 2017

'Pedro Malasartes e o Duelo' da morte estreia 10 de agosto nos cinemas


Inspirado no personagem burlesco e astuto da cultura popular ibero-americana, "Pedro Malasartes e o Duelo da morte", chega aos cinemas pelas mãos do diretor  Paulo Morelli, que também foi o responsável pelo roteiro. Estrelado por Jesuíta Barbosa (Malasartes) e Júlio Andrade (A morte), o longa conta ainda com as presenças de Ísis Valverde (Áurea),  Milhem Cortaz (Próspero), Augusto Madeira (Zé Candinho), Vera Holtz (cortadeira) e Leandro Hassum (Esculápio). O filme estreia dia 10 de agosto.

A trama narra mais uma das aventuras de Malasartes. Dessa vez, o caipira mais esperto do Brasil espera finalmente conhecer o seu padrinho, aguardando com ansiedade o presente que irá receber no dia de seu aniversário. Entretanto, ele descobre que é afilhado da Morte, que deseja tirar férias e passar adiante a função de ceifar vidas. Além disso, terá que enfrentar a bruxa Parca Cortadeira (Vera Holtz) e o violento Próspero (Milhem Cortaz), que tenta impedir a todo custo o namoro de Malasartes com sua irmã Áurea (Ísis Valverde).

Comédia brasileira com requintes de superprodução, "Pedro Malasartes e o Duelo da morte" impressiona pelo trabalho primoroso na direção de arte e pós produção. Orçado em 9,5 milhões de reais, é o longa com mais efeitos especiais na história do cinema nacional, numa proporção acima de 50% das cenas geradas por computação gráfica, recriando o mundo mágico da morte. Para isso, a produtora O2 pós, empresa do grupo O2 filmes, mobilizou uma equipe superior a 50 profissionais durante dois anos, utilizando recursos sofisticados. A inserção de efeitos especiais, um trabalho complexo que envolve transformação de atores reais em dublês digitais, recriação de cenários, entre outras etapas, foi complementado pela direção de arte. Segundo Ricardo Bardal, supervisor de efeitos visuais: "Uma cena com fundo verde, por exemplo, para ser planejada desde o conceito envolve muitos profissionais. Luz, cor, modelagem, textura, enfim, cada elemento desse tem uma especialista ou uma equipe responsável".

O resultado dessa tecnologia pode ser apreciado pelo espectador do cinema com belos efeitos visuais, que fazem jus a blockbusters de magia, como os dementadores da saga do bruxinho Harry Potter, inspirado na obra de J. K. Howling. Um dos efeitos que mais impressionam pode ser visto no mar de velas, que se movimentam como um balé sob o comando do personagem Malasartes. 

Apesar de ser popular no folclore brasileiro, a origem do personagem é europeia. Chegou ao país trazido pelos povos de Portugal e Espanha. Na língua hispânica, Malasartes (Malas+artes) é traduzido por "travessuras". Em alguns contos aparece como herói humilde e justiceiro, em outros é apenas um personagem cheio de artimanhas para sobreviver. A construção do mito de Malasartes rendeu um capítulo (V) no livro  "Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro" do escritor e sociólogo Roberto DaMatta. 

O primeiro contato de Paulo Morelli com o lendário personagem aconteceu na década de 1980, durante uma pesquisa para a TV sobre o folclore brasileiro. O cineasta reconhece que ficou encantado: "Malasartes é um cara muito esperto e ao mesmo tempo ingênuo, tem bom coração mas também tem um lado malandro, tem uma complexidade que me atraiu". 

Essa não é a primeira vez que Malasartes ganha as telas brasileiras. No cinema o caipira esperto já foi interpretado pelo comediante e diretor Amácio Mazzaropi (As aventuras de Pedro Malasartes, 1960). Também foi personagem da série televisiva "O sítio do picapau amarelo", interpretado pelo comediante Canarinho, e encenado por Renato Aragão no Especial humorístico "Didi Malasartes", em 1998.

Para o diretor trazer novamente ao cinema as aventuras de Malasartes, um herói tipicamente brasileiro, é uma maneira de impedir que o personagem seja esquecido. "O que mais me motivou foi resgatar a cultura brasileira perdida. Trazer à tona essas figuras folclóricas do mundo rural que estão desaparecendo na urbanidade, de forma que não se perca. Hoje em dia, com a internet, todo mundo acaba tendo acesso às mesmas informações, do mesmo jeito, e parece que a vida se restringe a isso." 

Paulo Morelli é um dos criadores da Olhar Eletrônico e, juntamente com Fernando Meirelles e Andrea Barata Ribeiro, um dos fundadores da O2 Filmes. No currículo, codirigiu com o filho, Pedro, o filme "Entre Nós" (melhor roteiro Festival do Rio 2013); Cidade dos Homens (Exibido no London Film Festival e Festival de Berlin); O preço da paz (melhor filme, júri popular do festival de Gramado,2003); Viva Voz (Melhor filme independente no New York Independent Film Festival). Seu primeiro curta foi "Lápide" (melhor filme nos festivais de Havana, Los Angeles, Rio de Janeiro e São Paulo). Na TV, foi diretor geral da série "Cidade dos Homens", além de dirigir e escrever quatro episódios; em 2015, dirigiu capítulos da série "Felizes para sempre", ambos da TV Globo.

"Pedro Malasartes e o duelo contra a morte" tem produção de Paulo Morelli, Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck. Produção Executiva de Bel Berlinck e Wellington Pingo. Produtor Associado: Fernando Meirelles. 

Elisabete Estumano Freire.

* Texto com informações e depoimentos extraídos do material de imprensa. 
**Fotos André Brandão.



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