Destaque do último Festival de Brasília, FOME, novo filme de Cristiano Burlan, estreia na semana do aniversário de 80 anos do teórico de cinema Jean-Claude Bernardet.
O longa se passa na cidade de São Paulo, tendo como foco em elementos invisíveis da cidade, trabalhando elementos realistas, através de uma cuidadosa fotografia em preto e branco. com distribuição da Vitrine Filmes.
Nas veredas da metrópole paulistana, um velho homem (Jean-Claude Bernardet) abandona o passado e perambula na invisibilidade. Carrega consigo apenas um carrinho, alguns trapos e a velhice. Depois que se viu a morte é possível morrer de amor por alguém?
A atmosfera do filme é sombria e cinzenta, como a vida nas grandes metrópoles. Acompanha-se a rotina de um morador de rua – um professor de cinema aposentado e que por opção resolveu abandonar tudo – e os encontros que vai tendo pela cidade.
Uma aluna, à partir de um trabalho sugerido por seu professor, busca moradores para entrevistá-los sobre a vida nessas condições. Ela acaba encontrando esse professor-mendigo e desenvolve uma relação com ele. Outro encontro se dá com um ex-aluno, e ambos são forçados a rever suas vidas. Nesse caos violento, surge uma oportunidade para o amor.
Misturando as linguagens documentais e ficcionais, FOME faz uma reflexão sobre as vias, sentidos e violências que nos atravessam na grande metrópole. Partindo desse universo localizado no limite da sociedade – a vida nua e crua dos moradores de rua – o filme propõe uma caminhada pelos labirintos e precipícios da própria vida.
A fome, em seu sentido mais amplo, mas também o amor, no seu sentido mais profundo, são colocados em questão e problematizados nessa longa-metragem de Cristiano Burlan.
FICHA TÉCNICA
DIREÇAO: Cristiano Burlan
ELENCO: Jean-Claude Bernardet, Ana Carolina Marinho, Henrique Zanoni, Juão Nin,
Gustavo Canovas, Adriana Guerra, Rodrigo Sanches e Francis Vogner
PRODUÇÃO: Henrique Zanoni, Cristiano Burlan
ROTEIRO: Cristiano Burlan, Henrique Zanoni
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Simone Paz
DURAÇÃO: 90 minutos
CLASSIFICAÇÃO: 10 anos
DITRIBUIÇÃO: Vitrine Filmes
Sobre Cristiano Burlan
Cristiano Burlan nasceu em Porto Alegre em 1975. É diretor de cinema e teatro. Na década de noventa morou em Barcelona, onde dirigiu o grupo de cinema experimental Super-8. Em São Paulo, esteve à frente do grupo de teatro A Fúria. Tendo em sua filmografia mais de 15 filmes, entre ficções e documentários. É professor na Academia Internacional de Cinema – AIC, na Escola Superior de Artes Célia Helena e na Universidade do Estado do Amazonas. A maior parte de sua filmografia participou de importantes festivais. Seu documentário mais recente, “Mataram meu irmão”, foi o grande vencedor do É Tudo Verdade 2013, do 40º Festival SESC de Melhores Filmes e do Prêmio do Governador do Estado de São Paulo. Em 2015 lançou o filme “Hamlet” nos cinemas. Sua última ficção “Fome” angariou prêmios em diversos festivais, dentre eles o de Melhor Som e Prêmio especial do Júri pela atuação de Jean-Claude Bernardet no Festival de Brasília. Atualmente, lança seu novo filme, “Em busca de Borges” e realiza a pré-produção de seu novo documentário, Elegia de um Crime, o qual encerra a sua “Trilogia do Luto”.
Sobre Jean-Claude Bernardet
Um dos mais importantes pensadores de cinema do Brasil, Jean-Claude Bernardet é Professor emérito da ECA/USP e ex-professor da UnB. Autor de ensaios sobre cinema: Brasil em tempo de cinema, Cinema Brasileiro: propostas para uma história, Cineastas e Imagens do Povo, Caminhos de Kiarostami. Autor dos romances: Aquele rapaz (1990), Os Histéricos (em col com Teixeira Coelho 1993), A doença uma experiência (1996). No cinema é co-autor dos roteiros: O caso dos Irmãos Naves (Luiz Sergio Person 1968), Um céu de estrelas (Tata Amaral 1995), Através da janela (Tata Amaral 2000) Hoje (Tata Amaral 2011), Periscópio (Kiko Goifman 2012) e diretor dos filmes São Paulo Sinfonia e Cacofonia (1995), Sobre anos 60 (1999). Como ator, trabalhou entre outros: Ladrões de Cinema (Cony Campos 1977), P.S. Post-scriptum (Romain Lesage 1978), Disaster Movie (Wilson Barros 1985), A cor dos pássaros (Herbert Brödl 1988), Filmefobia (Kiko Goifman 2008), Periscópio (Kiko Goifman 2012), Plano B (Getsemani e Santiago 2012), O homem das multidões (Marcelo Gomes e Cao Guimarães 2013) A navalha do avô (Pedro Jorge 2013), Amador (Cristiano Burlan 2014) Pingo d’Agua (Taciano Valério 2014), Hamlet (Cristiano Burlan 2014), Compêndio (Eugenio Puppo e Ricardo Carioba 2014), Agreste (Delani Lima 2014), Super Oldboy (Eliane Coster 2014, em prod), ABCdário (Taciano Valerio 2014 em prod), Fome (Cristiano Burlan 2015), Em 97 era assim (Zeca Britto 2015 em prod), No vazio da noite (Cristiano Burlan, em prod), 9 passos para destruir Bernardet (Cláudia Priscila & Pedro Marques em prod), Música perfeita para o Suicídio (da Cia dos Infames Participação especial na peça, 2016).
Fonte: Entregador de Notícias/Paula C. Ferraz.
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