O Revista do Cinema Brasileiro revela os bastidores de produções que estimulam a reflexão nesta quarta (6), às 23h30, na TV Brasil. O programa mostra trechos dos longas e o trabalho das equipes de filmes que já estearam nos festivais e têm lançamento previsto ainda para este ano nas telonas como o premiado “Campo Grande”, da diretora Sandra Kogut; “Quanto tempo o tempo tem”, da cineasta Adriana Dutra; e “Sigilo Eterno”, dirigido por Noilton Nunes.
Considerada uma das técnicas de som mais requisitadas do país, com mais de 60 filmes no currículo, Zezé d'Alice é conhecida por seu trabalho em longas como “O Incrível Hulk” (2008), “A Dona da História” (2004) e “Fitzcarraldo” (1982). A sonoplasta bate um papo com a apresentadora Natália Lage sobre a importância do som dentro da narrativa. “É fundamental. Por mais que a imagem esteja boa, o som é essencial. Não adianta ter tudo lindo se o som for ruim”, pondera.
A especialista também indica quais são os principais desafios da captação do áudio. “Às vezes é mais fácil captar o som em uma escola de samba do que no chamado 'silêncio absoluto'. No estúdio, que é teoricamente um local silencioso, tem o ar-condicionado ou um refletor que incomoda”, analisa Zezé que comenta o trabalho no premiado drama biográfico “Cazuza – O tempo não para”, de Sandra Werneck e Walter Carvalho. “Foi um filme muito prazeroso de fazer”, define a técnica de som.
Zezé ainda explica a dinâmica de trabalho na sétima arte. “No cinema, a gente repete muito as equipes, pois o que dá certo a gente não muda. Tem diretor que até repete o ator a vida inteira. O microfonista tem que ser muito bom. Se eu tiver um microfonista ruim, eu posso não ter um som de qualidade, se ele errar o eixo, por exemplo”.
Programa entrevista equipes de longas que fomentam o pensamento
Uma das atrações do Revista é uma matéria sobre o filme “Quanto tempo o tempo tem”, segundo longa da trilogia assinada por Adriana Dutra, que começou com “Fumando Espero”. Ela destaca o processo da sequencia. “O primeiro documentário tratou do tabagismo e do vício da nicotina. Agora, a questão do tempo e da falta dele, da pressa e do mundo contemporâneo acelerado em que vivemos. O terceiro filme da trilogia será 'A Sociedade do Medo', em que você fazer uma crítica ao consumo e ao capitalismo”, antecipa.
O segundo documentário ouve filósofos, cientistas e religiosos para falar sobre a história do tempo. Em comum com a primeira obra está o envolvimento da diretora com o tema. As narrativas se desenvolvem a partir de uma experiência pessoal da cineasta. Participam do longa “Quanto tempo o tempo tem” personalidades nacionais e do exterior como o sociólogo italiano Domenico de Masi, a escritora Nélida Piñon e o físico Marcelo Gleiser. “O filme é uma reflexão da vida, do mundo contemporâneo, competitivo, em que sucesso é dinheiro e a percepção de tempo bem gasto é de tempo produtivo e não contemplativo.
“O cinema, a televisão e todas as novas mídias – esse conteúdo todo que temos disponível – visa o entretenimento, mas é uma indústria de transformação também. O audiovisual tem essa vocação e pode ser utilizado para isso”, explica Adriana Dutra.
O público vai conferir também os detalhes do premiado filme “Campo Grande”, dirigido por Sandra Kogut e produzido por Flávio Tambellini. A dupla repete a parceria de sucesso realizada em “Mutum”. Gravado no caos do Rio de Janeiro em obras, o novo longa aborda temas como abandono e transformação, além de refletir sobre as mudanças que todos estamos sujeitos, independente de gênero, idade ou classe social.
Segundo longa de ficção de Sandra, o drama apresenta o embate entre duas realidades. “São dois mundos diferentes que se chocam. Aos poucos, durante o filme, o telespectador vai entendendo porque as crianças foram para lá e quem são elas. Aborda um momento de mudança e transformação não só na cidade, como também na vida de cada um dos personagens”, destaca a cineasta.
“Sandra é uma pessoa muito sensível, obstinada e trabalhadora no que ela quer fazer. A gente teve a experiência do 'Mutum' que deu muito certo. A gente fez um filme no interior de Minas Gerais, baseado em Guimarães Rosa, e repercutiu: foi para Cannes, Berlim e Toronto. É um filme que teve uma trajetória bonita. É a repetição de algo que deu certo apesar de ser um longa totalmente diferente, urbano, do Rio em obras, mas que também trata do universo de crianças”, pontua Flávio.
Em seguida, o Revista do Cinema Brasileiro traz uma matéria sobre o filme “Sigilo Eterno”. Dirigido por Noilton Nunes, o longa convida os espectadores a repensarem os exageros do comportamento consumista e lutarem por melhores condições de vida no planeta. “A intenção é justamente provocar uma possibilidade de pensamento. Tentei fugir um pouco do estilo de documentário padrão no filme. Mesmo assim, todas as cenas contundentes são de documentário. Isso vai recheando os diálogos entre personagens fictícios”.
A produção analisa as mudanças climáticas da Terra por meio de discussões e mobilizações que acontecem em busca da conscientização da humanidade para salvar o mundo. “É um filme que fala de ecologia no momento atual que a gente precisa acolher essa ideia e ser mais autossustentável”, comenta a montadora Mariana Bastos.
A equipe de reportagem foi até a cidade de Tiradentes, em Minas Gerais, e voltou com duas matérias sobre curtas-metragens. “Ele ou ela”, de Otávio Neves e Samuel Gianasi, conta a história de um crime passional em uma narrativa não-linear para intensificar o mistério sobre o assassinato.
Já o filme “Conte-me a Minha História”, inspirado na Nouvelle Vague francesa, faz um retrato psicológico dos personagens. Dirigido por Denis Pinina, o curta mostra que a vida tranquila do campo pode até trazer paz e tranquilidade para alguns. Mas, para outros, a sensação de isolamento é um desafio.
Serviço:
Revista do Cinema Brasileiro – quarta-feira (6), às 23h30, na TV Brasil.
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Fonte: Fernando Chaves /Coordenador de Comunicação
Gerência de Comunicação
Empresa Brasil de Comunicação|TV Brasil
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