O
cardápio À La Carte desta quinta (11/06) traz 5 filmes: a estreia
do média-metragem brasileiro “O Sobrevivente”
(2019), de Silvia Rocha Campos; "Primavera,
Verão, Outono, Inverno e... Primavera"
(2003), longa do sul-coreano Kim Ki-duk; "O
Conhecido Desconhecido"
(2013), polêmico documentário de Errol Morris; "Marketa
Lazarová" (1967),
raridade do cinema tcheco, de Frantisek Vlácil; e “Traídos
pelo Desejo"
(1992), grande sucesso de Neil Jordan.
TRAÍDOS
PELO DESEJO
(The Crying
Game)
Reino Unido, 112 min., cor, suspense, idioma: inglês
(legendado), 16 anos.
Direção: Neil Jordan
Elenco:
Forest Whitaker, Miranda Richardson, Stephen Rea e Jaye Davidson.
IRA sequestra um soldado inglês, que desenvolve uma certa
amizade pelo guerrilheiro encarregado de vigiá-lo. Mas o soldado
morre e o guerrilheiro vai comunicar sua morte à namorada do
soldado, por quem acaba se apaixonando. Mas esta paixão lhe
provocará um choque inesquecível, enquanto companheiros do IRA
querem que ele participe de uma perigosa missão.
“Traídos
Pelo Desejo” (Reino Unido, 1992), de Neil Jordan, teve consultoria
de Stanley Kubrick, amigo do diretor, que o aconselhou em vários
aspectos, inclusive na troca do título original, "The Soldier's
Wife", justificando que títulos com termos militares ou
religiosos não atraiam público. Jaye Davidson, que nunca havia
atuado, recebeu o convite para interpretar Dil em um bar, durante uma
festa do filme "Eduardo II", do diretor inglês Derek
Jarman, que o indicou para os agentes de casting. Por esta atuação,
Jaye acabou sendo indicado ao Oscar, como coadjuvante. O Channel 4,
emissora de TV estatal britânica que apoiava a produção,
considerou o desfecho original inviável e pediu a Neil Jordan que
escrevesse e filmasse um final diferente. Jordan escreveu e filmou
esse final, mas, quando o filme foi montado, todos concordaram que
não funcionou e a produção recebeu financiamento para filmar a
conclusão idealizada pelo diretor. A produção total, estimada em
2.300,000 libras, foi tão apertada que quase não deu para cobrir a
conclusão do filme.
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PRIMAVERA,
VERÃO, OUTONO, INVERNO... E PRIMAVERA
(Bom Yeoareum Gaeul Gyeoul Geurigo Bom)
Coreia do Sul,
2003, cor, 103 min, drama, idioma: coreano (legendado), 14 anos.
Direção: Kim Ki-duk
Elenco: Ki-duk Kim, Yeong-su Oh e
Jong-ho Kim.
Um menino é criado por um monge budista em
um isolado Templo, onde os anos passam como as estações do ano.
“Primavera,
Verão, Outono, Inverno... e Primavera” (Coreia do Sul, 2003), de
Kim Ki-duk, foi o candidato oficial da Coréia do Sul para
representar o país no Oscar 2004, na categoria Melhor Filme
Estrangeiro. Este filme de beleza arrebatadora, repleto de imagens
poéticas, veio três anos depois de "A Ilha", polêmico
filme do diretor que, em 2000 levou os espectadores a passarem mal
durante sua exibição no Festival de Cannes. "Primavera, Verão,
Outono, Inverno e... Primavera" flui como um conto religioso,
acompanhando o ciclo vital de um jovem monge e a sua perda da pureza,
desde que ele conhece o amor e, consequentemente, o ciúme, a
luxúria, a raiva e o ódio.
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O
CONHECIDO DESCONHECIDO
(The
Unknown Known)
EUA, 2013, cor, 103 min., documentário, idioma:
inglês (legendado), 14 anos.
Direção: Errol Morris
Elenco:
Donald Rumsfeld e Errol Morris.
Antigo Secretário da Defesa
dos Estado Unidos Donald Rumsfeld fala sobre sua carreira em
Whashinhgton D.C. desde os dias no Congresso, no início dos anos 60,
até 2003 quando planeja a invasão no Iraque.
"O
Conhecido Desconhecido" (EUA, 2013), é um filme dirigido por
Errol Morris, o mesmo diretor de "Sob a Névoa da Guerra"
(2003), vencedor do Oscar de Melhor Documentário. "The Unknown
Known" concorreu ao prêmio principal, o Leão de Ouro, no
Festival de Veneza. Em "Sob a Névoa da Guerra" o diretor
Errol Morris contou com uma extensa entrevista com o secretário de
Defesa da era do Vietnã, Robert McNamara. Em "The Unknown
Known" ele seguiu a mesma linha. Ambos os filmes foram altamente
críticos em relação aos assuntos de gerenciamento de guerra.
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MARKETA
LAZAROVÁ
(Marketa Lazarová)
Tchecoslováquia, 1967,
p/b, 162 min., drama, idioma: tcheco (legendado), 12 anos.
Direção:
Frantisek Vlácil
Elenco: Josef Kemr, Magda Vásáryová e Nada
Hejna.
Lazar segue o cristianismo e é pai da jovem
Marketa Lazarová. Quando Lazar recusa-se a ajudar Kozlík numa
guerra, Mikolás, o filho ladrão, se vinga estuprando Marketa, que
se preparava para entrar num convento.
"Marketa
Lazarová" (Tchecoslováquia, 1967), de Frantisek Vlácil, é um
filme tcheco que teve uma produção bastante meticulosa e artesanal.
O diretor não só tinha as roupas cuidadosamente pesquisadas e
costuradas à mão, como também fazia o elenco morar na floresta
pelos dois anos de filmagem, para que todos entrassem na atmosfera do
século XIII. Considerado o melhor filme tcheco de todos os tempos,
de acordo com uma pesquisa de 1998 realizada por cineastas e críticos
da República Tcheca e Eslováquia. Incluído no famoso livro "1001
filmes que você deve ver antes de morrer", de Steven Schneider.
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O
SOBREVIVENTE
Brasil,
2019, cor, suspense, 38 min., idioma: português, 14 anos.
Direção:
Silvia Rocha Campos
Elenco: Adriana Londoño, Tuna Dwek, Fábio
Herford e André Garolli.
Perdida numa cidadezinha do
interior,uma funcionária de uma seguradora por acaso chega a uma
descoberta que poderia mudar o rumo da sua vida...ou pelo menos é o
que parece.
-“O
Sobrevivente” (Brasil, 2019), média-metragem de Silvia Rocha
Campos, foi um filme feito inteiro na raça. O diretor de fotografia,
Henrique Brasil não tinha nenhuma experiência com cinema, era video
maker de casamento. Simplesmente não foi possível encontrar alguém
“do meio” que aceitasse filmar sem luz, sem gerador, sem
assistente, sem foquista e sem van. Henrique agora está concorrendo
na categoria “fotografia” no Festival Pedra Azul, com seu
trabalho no filme. A cena da banheira foi filmada por um triz. Não
tinha sido prevista a dificuldade de um ator ficar submerso sem
respirar e sem soltar bolhas. Quando tudo parecia perdido, Lucas
Ronsani (profissional do som) começou a fazer um coaching de apnéia
com o Fábio Herford, que conseguiu os segundos de take necessários.
O roteiro foi criticado por ser “impossível” se perder com GPS e
carro não subir ladeira. Depois de muita pesquisa a diretora
encontrou no YouTube um video sobre um casal que se perdia de carro
em Paranapiacaba por causa da neblina, que impede a visibilidade e
torna as ladeiras muito escorregadias e praticamente impossíveis de
subir. As cenas iniciais com o carro que não consegue subir a
ladeira são reais.
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