Live-action da Disney comemora 78 anos do lançamento da animação original
Um espetáculo de beleza e magia. Assim é a nova versão cinematográfica do clássico da Disney. Dirigida por Tim Burton (Alice no País das Maravilhas, A fantástica fábrica de Chocolate), com roteiro de Ehren Kruger (O chamado, A vigilante do amanhã) e produção de Justin Springer, Ehren Kruger, Katterli Frauenfelder e Drek Frey (Tron: o legado, Grandes olhos, o lar das crianças peculiares, Frankeweenie), "Dumbo" volta às telonas com uma nova roupagem, mas sem perder a essência da história original.
A clássica animação da Disney, que narra a história do filhote de elefante que é rejeitado e ridicularizado por ser diferente, ganha na visão de Tim Burton uma nova dimensão ética. O cineasta expandiu a narrativa, introduzindo dramas humanos e fazendo uma apologia aos direitos dos animais. Ele crítica a captura, comercialização, o cativeiro, a exploração e maus tratos dos bichos em companhias de espetáculos.
O universo circense foi algo que sempre mexeu com o imaginário de Burton, não pelas atrações, mas pelo entendimento de seu significado: "Eu realmente nunca gostei do circo com os animais em cativeiro, os palhaços, as desconfortáveis apresentações de artistas que desafiam a morte (...) Mas eu entendi a ideia disso, de juntar uma estranha família de pessoas que não se enquadravam na dita sociedade normal - pessoas que eram tratadas como diferentes. É disso que se trata "Dumbo".
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A HISTÓRIA ORIGINAL
O filme retoma a clássica história que celebra as diferenças, a família e a realização dos sonhos. A versão original, "Dumbo, o elefante voador" surgiu em 1939, de autoria de Helen Aberson e Harold Pearl. Foi publicada pela primeira vez numa novidade da época chamada Roll-A-Book, uma espécie de caixa com pequenos botões que abria uma janela para leitura. Walt Disney se interessou pela história e comprou os direitos de publicação, imprimindo uma primeira versão em livro com 1.430 cópias.
A versão animada de Dumbo só surgiria dois anos depois, sendo inicialmente pensada como curta. A ideia de expandir o projeto foi encabeçada pelo próprio Walt Disney e sua equipe de cineastas para recuperar as perdas financeiras de Fantasia (1940). Lançado em 23 de Outubro de 1941, com apenas 64 minutos, o filme foi um sucesso, sendo reverenciado pelo público e pela crítica. Como resultado, levou o Oscar de melhor trilha sonora, além de receber a indicação de melhor canção para "Baby mine" (meu bebê).
A animação de 1941 é feita a partir do ponto de vista de Dumbo, que é separado de sua mãe, a Sra. Jumbo. Solitário, o filhote encontra no ratinho Timóteo, um verdadeiro amigo. É ele quem o defende e ajuda a enfrentar as adversidades. Dumbo descobre que as orelhas, que antes eram motivo de chacota, possibilitam que ele possa voar. É quando o elefantinho percebe que ser diferente não o torna menos especial.
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A VERSÃO LIVE-ACTION (1)
De acordo com o roteirista Ehren Kruger, para realizar o live-action era necessário expandir a história, mas sem perder a essência do filme original. Dumbo foi imaginado como um elefante voador real a se apresentar num picadeiro na era de Ouro dos circos. Como as pessoas daquela época seriam afetadas? Eles também queriam explorar como as pessoas do mundo do circo se relacionariam com a jornada de Dumbo.
O filme é também sobre estes personagens, pessoas que se sentem à margem da sociedade, tratadas como diferentes, que encontraram no mundo do circo seu espaço de convivência. Tim Burton retrata uma época de transformações, e certo romantismo, que marcaram a passagem do século XIX para o XX. É dentro deste cenário, de fim das utopias e da perspectiva de uma nova era, que se insere a história de Dumbo.
O produtor Justin Springer acrescenta: "Nós realmente queríamos explorar o lado humano dessa história e dar a ela um contexto histórico. Na animação, Dumbo voa para o mundo ao final do filme. Nós queríamos descobrir como o mundo reagiria quando pessoas soubessem que este elefante pode voar".
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DUMBO
Seis diferentes versões do personagem em computação gráfica (CG) foram criadas até a aprovação final. Possuíam diferentes cores de pele, olhos, cabeça e textura. Os designers também realizaram estudos referentes ao tamanho e a altura do filhote e suas orelhas, adaptando a anatomia de um típico elefante ao propósito de Dumbo. Era importante que fosse crível que as orelhas pudessem suportar o peso do corpo. Segundo o supervisor de efeitos visuais, Richard Stammers, foram testados vários movimentos, como os planadores com as orelhas, simulando o vôo com a personagem Colette.
Os olhos de Dumbo refletem com doçura as emoções humanas. Apesar de ser uma versão atualizada, o personagem em CG precisava lembrar a animação da Disney de 1941. O objetivo era equilibrar a imagem que todos recordavam com uma versão mais realista de um filhote de elefante. O resultado final foi um híbrido, inspirado no modelo original, com um toque de magia, para vender a ideia de que podia voar.
Para que os atores pudessem contracenar com Dumbo, os produtores colocaram no set um ator (Edd Osmond) caracterizado com uma roupa em tecido chromakey. Desta maneira, Tim poderia dirigir os atores e a equipe de animação. O ator era uma referência visual e interativa, já que o elenco tinham a presença de uma figura real para as cenas de contato físico com Dumbo. O personagem em CG foi posteriormente introduzido na pós produção.
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A VERSÃO LIVE-ACTION (2)
Se a animação de 1941 era feita através dos olhos humanizados de Dumbo, a versão live-action de 2019 é construída também através do ponto de vista infantil. Burton desenvolve um paralelismo entre os relacionamentos dos animais e de seres humanos. Assim como o bebê elefante tenta se reaproximar de sua mãe, as crianças tentam se reconectar com seu pai.
O longa é ambientado na América, nos primeiros anos do século XX. A trupe de Max Medici (Danny DeVito) percorre o território dos Estados Unidos levando o espetáculo do circo. A estrela do picadeiro, o ex-cowboy Holt Farrier (Colin Farrel), retorna da Primeira Guerra Mundial. Além de ter sido gravemente ferido no conflito, ele descobre ter perdido a esposa e tem dificuldade para se reaproximar de seus dois filhos, Milly (Nico Parker) e Joe (Finley Hobbins).
Quando o bebê Dumbo nasce, as suas grandes orelhas se tornam um problema para o senhor Medici. Ele incumbe Farrier de tomar conta do filhote, que ganha a simpatia das crianças. São elas que descobrem que Dumbo tem habilidades para voar, mas inicialmente elas não são levadas a sério. A revelação para o circo acontece em meio a um espetáculo e é quando o drama de Dumbo começa.
O acontecimento inusitado atrai V.A. Vandevere (Michael Keaton), um persuasivo e ambicioso empresário do entretenimento, que pretende fazer fortuna com Dumbo. Ele convence Max Medici a ser sócio da Dreamland, um luxuoso parque de diversões. O filhote de elefante terá um número especial, na companhia da estrela do trapézio, Colette Marchant (Eva Green).
Burton criou uma mega estrutura para Dreamland. Mais de 500 figurantes participaram das filmagens, entre dançarinos, malabaristas, palhaços e outros artistas de circo. Entretanto, o lugar de sonhos guarda segredos obscuros. O local também marca a passagem do circo itinerante para parques temáticos. A entrada triunfal da trupe do circo dos irmãos Medici é um dos pontos altos do filme.
A versão live-action de DUMBO não traz somente o mundo dos sonhos e a magia de uma época, mas evidencia as transformações provocadas pela ciência, tecnologia e pela visão capitalista da indústria do entretenimento. O longa é uma aventura que emociona e nos faz refletir sobre as consequências do egoísmo, do preconceito e da ganância, mostrando que o amor e a solidariedade têm o poder de transformar vidas. Tim Burton nos entrega um filme que aborda o respeito às diferenças e a importância de combater práticas ilegais contra a fauna e o meio ambiente, defendendo o direito dos animais.
Elisabete Estumano Freire.
* Informações e entrevistas extraídas do material de divulgação oficial da Disney.
A clássica animação da Disney, que narra a história do filhote de elefante que é rejeitado e ridicularizado por ser diferente, ganha na visão de Tim Burton uma nova dimensão ética. O cineasta expandiu a narrativa, introduzindo dramas humanos e fazendo uma apologia aos direitos dos animais. Ele crítica a captura, comercialização, o cativeiro, a exploração e maus tratos dos bichos em companhias de espetáculos.
O universo circense foi algo que sempre mexeu com o imaginário de Burton, não pelas atrações, mas pelo entendimento de seu significado: "Eu realmente nunca gostei do circo com os animais em cativeiro, os palhaços, as desconfortáveis apresentações de artistas que desafiam a morte (...) Mas eu entendi a ideia disso, de juntar uma estranha família de pessoas que não se enquadravam na dita sociedade normal - pessoas que eram tratadas como diferentes. É disso que se trata "Dumbo".
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A HISTÓRIA ORIGINAL
O filme retoma a clássica história que celebra as diferenças, a família e a realização dos sonhos. A versão original, "Dumbo, o elefante voador" surgiu em 1939, de autoria de Helen Aberson e Harold Pearl. Foi publicada pela primeira vez numa novidade da época chamada Roll-A-Book, uma espécie de caixa com pequenos botões que abria uma janela para leitura. Walt Disney se interessou pela história e comprou os direitos de publicação, imprimindo uma primeira versão em livro com 1.430 cópias.
A versão animada de Dumbo só surgiria dois anos depois, sendo inicialmente pensada como curta. A ideia de expandir o projeto foi encabeçada pelo próprio Walt Disney e sua equipe de cineastas para recuperar as perdas financeiras de Fantasia (1940). Lançado em 23 de Outubro de 1941, com apenas 64 minutos, o filme foi um sucesso, sendo reverenciado pelo público e pela crítica. Como resultado, levou o Oscar de melhor trilha sonora, além de receber a indicação de melhor canção para "Baby mine" (meu bebê).
A animação de 1941 é feita a partir do ponto de vista de Dumbo, que é separado de sua mãe, a Sra. Jumbo. Solitário, o filhote encontra no ratinho Timóteo, um verdadeiro amigo. É ele quem o defende e ajuda a enfrentar as adversidades. Dumbo descobre que as orelhas, que antes eram motivo de chacota, possibilitam que ele possa voar. É quando o elefantinho percebe que ser diferente não o torna menos especial.
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A VERSÃO LIVE-ACTION (1)
De acordo com o roteirista Ehren Kruger, para realizar o live-action era necessário expandir a história, mas sem perder a essência do filme original. Dumbo foi imaginado como um elefante voador real a se apresentar num picadeiro na era de Ouro dos circos. Como as pessoas daquela época seriam afetadas? Eles também queriam explorar como as pessoas do mundo do circo se relacionariam com a jornada de Dumbo.
O filme é também sobre estes personagens, pessoas que se sentem à margem da sociedade, tratadas como diferentes, que encontraram no mundo do circo seu espaço de convivência. Tim Burton retrata uma época de transformações, e certo romantismo, que marcaram a passagem do século XIX para o XX. É dentro deste cenário, de fim das utopias e da perspectiva de uma nova era, que se insere a história de Dumbo.
O produtor Justin Springer acrescenta: "Nós realmente queríamos explorar o lado humano dessa história e dar a ela um contexto histórico. Na animação, Dumbo voa para o mundo ao final do filme. Nós queríamos descobrir como o mundo reagiria quando pessoas soubessem que este elefante pode voar".
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DUMBO
Seis diferentes versões do personagem em computação gráfica (CG) foram criadas até a aprovação final. Possuíam diferentes cores de pele, olhos, cabeça e textura. Os designers também realizaram estudos referentes ao tamanho e a altura do filhote e suas orelhas, adaptando a anatomia de um típico elefante ao propósito de Dumbo. Era importante que fosse crível que as orelhas pudessem suportar o peso do corpo. Segundo o supervisor de efeitos visuais, Richard Stammers, foram testados vários movimentos, como os planadores com as orelhas, simulando o vôo com a personagem Colette.
Os olhos de Dumbo refletem com doçura as emoções humanas. Apesar de ser uma versão atualizada, o personagem em CG precisava lembrar a animação da Disney de 1941. O objetivo era equilibrar a imagem que todos recordavam com uma versão mais realista de um filhote de elefante. O resultado final foi um híbrido, inspirado no modelo original, com um toque de magia, para vender a ideia de que podia voar.
Para que os atores pudessem contracenar com Dumbo, os produtores colocaram no set um ator (Edd Osmond) caracterizado com uma roupa em tecido chromakey. Desta maneira, Tim poderia dirigir os atores e a equipe de animação. O ator era uma referência visual e interativa, já que o elenco tinham a presença de uma figura real para as cenas de contato físico com Dumbo. O personagem em CG foi posteriormente introduzido na pós produção.
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A VERSÃO LIVE-ACTION (2)
Se a animação de 1941 era feita através dos olhos humanizados de Dumbo, a versão live-action de 2019 é construída também através do ponto de vista infantil. Burton desenvolve um paralelismo entre os relacionamentos dos animais e de seres humanos. Assim como o bebê elefante tenta se reaproximar de sua mãe, as crianças tentam se reconectar com seu pai.
O longa é ambientado na América, nos primeiros anos do século XX. A trupe de Max Medici (Danny DeVito) percorre o território dos Estados Unidos levando o espetáculo do circo. A estrela do picadeiro, o ex-cowboy Holt Farrier (Colin Farrel), retorna da Primeira Guerra Mundial. Além de ter sido gravemente ferido no conflito, ele descobre ter perdido a esposa e tem dificuldade para se reaproximar de seus dois filhos, Milly (Nico Parker) e Joe (Finley Hobbins).
Quando o bebê Dumbo nasce, as suas grandes orelhas se tornam um problema para o senhor Medici. Ele incumbe Farrier de tomar conta do filhote, que ganha a simpatia das crianças. São elas que descobrem que Dumbo tem habilidades para voar, mas inicialmente elas não são levadas a sério. A revelação para o circo acontece em meio a um espetáculo e é quando o drama de Dumbo começa.
O acontecimento inusitado atrai V.A. Vandevere (Michael Keaton), um persuasivo e ambicioso empresário do entretenimento, que pretende fazer fortuna com Dumbo. Ele convence Max Medici a ser sócio da Dreamland, um luxuoso parque de diversões. O filhote de elefante terá um número especial, na companhia da estrela do trapézio, Colette Marchant (Eva Green).
Burton criou uma mega estrutura para Dreamland. Mais de 500 figurantes participaram das filmagens, entre dançarinos, malabaristas, palhaços e outros artistas de circo. Entretanto, o lugar de sonhos guarda segredos obscuros. O local também marca a passagem do circo itinerante para parques temáticos. A entrada triunfal da trupe do circo dos irmãos Medici é um dos pontos altos do filme.
A versão live-action de DUMBO não traz somente o mundo dos sonhos e a magia de uma época, mas evidencia as transformações provocadas pela ciência, tecnologia e pela visão capitalista da indústria do entretenimento. O longa é uma aventura que emociona e nos faz refletir sobre as consequências do egoísmo, do preconceito e da ganância, mostrando que o amor e a solidariedade têm o poder de transformar vidas. Tim Burton nos entrega um filme que aborda o respeito às diferenças e a importância de combater práticas ilegais contra a fauna e o meio ambiente, defendendo o direito dos animais.
Elisabete Estumano Freire.
* Informações e entrevistas extraídas do material de divulgação oficial da Disney.
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