O filme mexicano "El Grito" (1968), de Leobardo López Arretche, será exibido às 18h30 na Cinemateca do MAM. Já o filme "Las Acácias"(2010), de Pablo Giorgelli, uma co-produção Espanha/Argentina, tem sessão às 19h30, no CINEARTE UFF, seguido de debate.
O Cineclube Sala Escura – Sessão Latina exibe a principal obra sobre o movimento estudantil mexicano de 1968, que fremiu aquele país, às vésperas de sediar megaeventos, culminado em uma das piores tragédias de sua história recente.
El grito
México, 1968
102min, P&B, V.O.
Direção: Leobardo López Arretche
Um país em convulsão social às vésperas de sediar megaeventos. O movimento estudantil mexicano de 1968 visto por dentro. Durante os preparativos dos Jogos Olímpicos de 1968, as primeiras Olimpíada realizadas na América Latina, e da Copa do Mundo de 1970, a Cidade do México vê as suas ruas serem tomadas por jovens manifestantes descontentes com os rumos do país mobilizados por uma greve estudantil de caráter nacional. Seguindo a radicalização do movimento, os alunos do Centro Universitário de Estudos Cinematográficos da Universidade Nacional Autônoma do México (CUEC-UNAM) decidem ocupar a faculdade, seus equipamentos e instalações para filmar os agitados acontecimentos que ocorrem no país. Acuado frente a passeatas cada vez mais numerosas e com franco apoio da população, apesar das manipulações da grande mídia, o governo mexicano, sob a presidência de Gustavo Díaz Ordaz, põe fim à crescente onda de contestação com uma assustadora e traumática manobra - em 2 de outubro de 1968, faltando dez dias para a Abertura dos Jogos Olímpicos, o Exército cerca e dispara sobre os estudantes na Praça de Tlatelolco (ou Praça das Três Culturas). Até hoje não se sabe o número exato de vítimas, mas estima-se entre 200 a 1.500 mortos. Testemunhas afirmam ter visto guindastes recolhendo centenas de corpos, formando pilhas para serem incinerados.
Rapidamente, o cinema mexicano possui uma primeira obra sobre o massacre. Realizado clandestinamente, Aquí México (1970) é exibido dentro e fora do país sob autoria anônima (o filme é de Óscar Menéndez). No entanto, coube a Leobardo López Arretche, obcecado em dar forma às centenas de horas registradas em 16mm pelos alunos de cinema da UNAM, realizar o principal filme sobre o movimento estudantil, El grito. Diferente de outras faculdades e institutos politécnicos, o CUEC-UNAM, por ser pequeno e escondido, não foi invadido nem saqueado pelas tropas da repressão. Assim, sobreviveu o material fílmico com o qual López Arretche organizou a história do movimento estudantil de 1968, separando-o em quatro blocos (“Julho”, “Agosto”, “Setembro” e “Outubro”): os antecedentes, o desenvolvimento e a crescente politização, a recusa de diálogo com os manifestantes por parte do governo e o desenlace trágico. Apesar de assinar a direção do filme, Arretche López considerava El grito uma obra coletiva, do mesmo modo como foi o movimento estudantil de 1968.
SERVIÇO:
Sessão Latina Cinemateca - El Grito (México, 1968).
Direção Leobardo López Arretche
Data: 21 de Julho (Quinta-feira), às 18h30min
Cinemateca do MAM
Av. Infante Dom Henrique, 85
Parque do Flamengo, Rio de Janeiro
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Sessão Latina UFF
LAS ACACIAS
Direção de Pablo Giorgelli
Argentina/Espanha, 2010
Dia 21 de Julho de 2016
Quinta-feira, às 19h30min
Sessão seguida de debate com as professoras Denise Tavares e Nina Tedesco (UFF)
Cine Arte UFF
Rua Miguel de Frias, 9
Icaraí – Niterói
O Cineclube Sala Escura – Sessão Latina exibe um premiado longa argentino em estilo road movie.
Las acacias
Argentina/Espanha, 2010
82min, Cor, Legendas em Português
Direção: Pablo Giorgelli
Rubén é um caminhoneiro que transporta madeira entre Assunção, no Paraguai, e Buenos Aires, na Argentina. Ele faz esse mesmo trajeto há anos, sempre solitário e silencioso. Um dia, no entanto, ele aceita dar carona a uma mulher desconhecida até Buenos Aires. Mas Jacinta, sua companheira de viagem, aparece uma hora atrasada, e com um bebê no colo. A primeira impressão de Rubén não é nada positiva: ele imagina passar longas horas ao lado de um bebê chorando e de uma pessoa por quem ele não tem o menor interesse. Aos poucos, no entanto, Rubén e Jacinta começam a trocar as primeiras palavras, e a se conhecer melhor. Após cinco anos de trabalho, do roteiro à finalização, o longa de estreia de Giorgelli foi premiado em cerca de trinta festivais, entre eles, a Caméra d’Orem Cannes, Melhor Primeira Obra em Londres, Melhor Filme Latino-Americano em San Sebastián, Condor de Prata de Melhor Filme Argentino, entre outros.
SESSÃO SEGUIDA DE DEBATE
Após a exibição do filme Las acacias, ocorrerá um debate com as professoras Denise Tavares e Nina Tedesco.
Denise Tavares é professora do Departamento de Comunicação Social e atual coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da UFF. É Doutora em Integração Latino-Americana pela Universidade de São Paulo, cuja tese versa sobre filmes latino-americanos de viagem. Coordena a revista eletrônica BITS Ciência e é pesquisadora vinculada à PRALA - Plataforma de Reflexão sobre o Audiovisual Latino-Americano.
Nina Tedesco é professora do Departamento de Cinema e Vídeo e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes da UFF. É Doutora em Comunicação pela UFF, com uma tese sobre questões de gênero na fotografia do cinema clássico mexicano. Atua no Cineclube Quase Catálogos – Diretoras Mulheres e é pesquisadora vinculada à PRALA.
O Cineclube Sala Escura é uma atividade de extensão da Plataforma de Reflexão sobre o Audiovisual Latino-Americano (PRALA), vinculada ao Laboratório de Investigação Audiovisual (LIA) da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Fonte:
Fabián Núñez
Professor Adjunto
Universidade Federal Fluminense
Departamento de Cinema e Vídeo
Plataforma de Reflexão sobre o Audiovisual Latino-Americano
Professor Adjunto
Universidade Federal Fluminense
Departamento de Cinema e Vídeo
Plataforma de Reflexão sobre o Audiovisual Latino-Americano
Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual
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