Um filme sobre o Brasil atual, “que vive em uma cultura de autoritarismo e violência”, define o diretor José Eduardo Belmonte, sobre ALEMÃO 2, sequência do sucesso de 2014, que chega aos cinemas de todo o país no dia 31 de março, com distribuição Manequim Filmes. Com produção da RT Features, e coprodução Buena Vista International e Canal Brasil, o longa acaba de divulgar seu trailer e pôster oficiais.
“Foram sete anos da ideia à realização de ALEMÃO 2. Primeiro, levamos um tempo para definir o recorte da realidade seria recriado pela ficção. Como escrever um filme com a história sendo reescrita tão rapidamente? Foi demorado chegar a uma solução. Um dia, Rodrigo [Teixeira] me apresentou o conceito definitivo: começaríamos do zero. Nova trama, novos personagens. Ele também estabeleceu algumas premissas importantes: seria um filme de gênero, com personagens tentando sobreviver em território que se torna hostil e com dois inimigos que precisam fazer um pacto de sobrevivência”, explica o diretor.
Com roteiro de Thiago Brito e Marton Olympio (“Sequetro Relâmpago” e a série “Cidade dos Homens”), o longa traz novos personagens interpretados por Vladimir Brichta, Gabriel Leone e Leandra Leal, na pele de policiais civis, que têm a missão de capturar o traficante Soldado (Digão Ribeiro), que domina o morro depois da falência das UPPs – Unidade de Polícia Pacificadora. A trama se passa nove anos depois da ação militar que visava acabar com presença do tráfico no Complexo do Alemão. O elenco ainda inclui Aline Borges e Dan Ferreira.
“O primeiro filme ainda é muito relevante e atual, mas ALEMÃO 2 aprofunda ainda mais a discussão, e se aproxima novamente da realidade. O trabalho do Belmonte no original foi fundamental, por isso, não havia como ser outra pessoa para dirigir a sequência. Nossa sintonia foi ótima, e a prova disso é que foi um sucesso”, conta o produtor Rodrigo Teixeira.
O diretor destaca que os dois filmes partiram de uma ideia original de Teixeira, e que aceitar o convite para os dirigir veio da combinação de vários elementos. “Penso que as motivações de fazer um filme sempre passam ou pelo racional, ou pelas sensações, ou pelas emoções. Quando aceitei os dois convites de Rodrigo Teixeira, a minha motivação veio da mistura desses sentidos.”
Belmonte conta que os dois longas tiveram um processo bastante colaborativo, em especial por parte do elenco, o que resultou em muitas cenas surgindo a partir dos ensaios. “Essa sequência é um filme mais aberto, literalmente até, já que o primeiro se passava quase todo em um porão. Apesar de também ter momentos claustrofóbicos, ALEMÃO 2 mostra mais o que está ao redor, o lugar, as pessoas em volta do conflito. Também por isso, tivemos muito mais locações, maior número de personagens e, pelo menos, quatro cenas de ação bastante complexas.”
O diretor também lembra de uma frase marcante do primeiro filme, dita pelo personagem de Antônio Fagundes: “Não há heroísmo na polícia”. Para Belmonte, essa é a ideia que permeia todo o segundo longa. “Há inteligência, estratégia, risco, entrega. Mas o heroísmo é uma fantasia perigosa. E uma das virtudes do roteiro do Thiago e do Marton é, respeitando o gênero, ir subvertendo as expectativas, dar umas viradas na história e, assim, problematizar a realidade, sem impor heroísmos.”
Fora os novos personagens, Belmonte destaca a volta de Mariana – interpretada por Mariana Nunes – que traz a perspectiva da comunidade, e estabelece um elo com o primeiro filme. “Os dois filmes também me fizeram tentar compreender questões do país que, no Rio de Janeiro, são bastante emblemáticas: o abismo social, a violência entranhada no cotidiano, a nossa eterna crise de futuro.”
“Foi um desafio e tanto fazer ALEMÃO 2, em um estado cada vez mais militarizado, um filme em que policiais atiram em uma comunidade. Minha preocupação como diretor em um filme de gênero foi ser diligente no que se conclui do que se mostra. Dar contexto”, conclui o cineasta.
Sinopse
No complexo do Alemão, o policial civil Machado e seus comandados, Ciro e Freitas, executam uma missão secreta: a prisão de um grande líder do tráfico de drogas. Supervisionados pela delegada Amanda e seguindo as pistas de um informante, a ação sofre uma emboscada. Foragidos, os policiais são caçados por traficantes. Enquanto isso, no centro de operações, Amanda conduz uma investigação sobre o ocorrido e orienta o grupo a sair do Alemão com vida.
Ficha Técnica
Direção: José Eduardo Belmonte
Roteiro: Marton Olympio e Thiago Brito
Elenco: Vladimir Brichta, Gabriel Leone, Leandra Leal, Aline Borges, Dan Ferreira, Digão Ribeiro, Zezé Motta, Mariana Nunes, Démick Lopes, Ricardo Gelli, Lucas Sapucahy, Alex Nader, Rafa Sieg
Produção: RT Features
Coprodução: Buena Vista International e Canal Brasil
Produção executiva: Marília Garske e Mariana Coelho
Direção de produção: Flavia Rosa Borges e Sílvia Sobral
Fotografia: Fabrício Tadeu
Direção de arte: Ana Paula Cardoso
Som: Gabriela Bervian
Maquiagem: Luiz Gaia
Figurino: Kika Lopes
Montagem: Lucas Gonzaga e Bruno Lasevicius
Sound Design: Ricardo Cutz e Matheus Miguens, A3pS
Trilha Sonora Original: Zepedro Gollo
SOBRE JOSÉ EDUARDO BELMONTE
José Eduardo Belmonte é um dos diretores mais ativos da indústria audiovisual brasileira. Em mais de duas décadas de atividade profissional, dirigiu alguns dos principais atores brasileiros e latino-americanos em dezenas de filmes e séries de TV . Tem treze longas-metragens e mais um em pós-produção. Belmonte venceu o Festival do Rio de Janeiro 2008 e do Festival de Cinema Brasileiro de Paris com o drama "Se nada mais der certo", que rendeu a Caroline Abras o prêmio de melhor atriz nos dois festivais e a Cauã Reymond, João Miguel o prêmio de melhor ator em festivais em Miami, Los Angeles e Toronto. Maior bilheteria do cineasta, "Alemão" no Brasil atraiu um milhão de espectadores nos cinemas em 2014. Adaptado três anos depois para a televisão, ganhou uma indicação ao Emmy. Sequência blockbuster, tem estreia nas telas em 2022. Na televisão, José Eduardo Belmonte também realizou vários trabalhos. Entre as principais realizações está a direção artística da série "Carcereiros", um dos sucessos de audiência dos últimos tempos na TV Globo. Único latino-americano selecionado em 2017 para o Cannes MIPDrama Screenings (uma das principais feiras de televisão do mundo), primeiro episódio da 1ª temporada de "Carcereiros", venceu o concurso do Grande Júri, feito inédito para o audiovisual brasileiro. Belmonte também dirigiu a série El Hipnotizador, da HBO Latin America, estrelada por Leonardo Sbaraglia ("Dolor y Gloria") e protagonizada por atores como Cesar Troncoso, Chino Darín e Marilu Marini. Nascido em 1970 em São José dos Campos (SP) e radicado no Rio de Janeiro, José Eduardo Belmonte é formado em cinema pela Universidade de Brasília e iniciou sua carreira no cinema com Nelson Pereira dos Santos, um dos maiores nomes na história do cinema brasileiro.
SOBRE A RT FEATURES
Criada e dirigida por Rodrigo Teixeira, a RT Features tem em seu currículo de produções brasileiras longas-metragens como O Cheiro do Ralo (2006), O Abismo Prateado (2010), Tim Maia (2014), Alemão (2014), O Silêncio do Céu (2016) e a série O Hipnotizador (para a HBO Latin America em 2015).
No cenário internacional, produziu filmes premiados como Frances Ha (2013) e A Bruxa (2015). Em 2016, Rodrigo passa a integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográfica nos Estados Unidos, responsável pelo Oscar. Um ano depois, lança Me Chame Pelo Seu Nome, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 2018.
Em 2019, recebe o Prêmio de Melhor Filme na mostra Um Certo Olhar no Festival de Cannes com o filme A Vida Invisível de Karim Aïnouz que conta com Fernanda Montenegro no elenco. E no mesmo ano lançou os filmes Ad Astra, de James Gray, com Bratt Pitt, Wasp Network, de Olivier Assayas, com Penélope Cruz, Gael García Bernal e Wagner Moura (ambos exibidos no Festival de Veneza) e também O Farol, de Robert Eggers, com Willem Dafoe e Robert Pattinson, vencedor do prêmio máximo da critica na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. 2021 marca a volta da RT Features ao Festival de Cannes, com o filme Bergman’s Island dirigido por Mia Hansen-Love e ao Festival do Rio com Alemão 2.
SOBRE A MANEQUIM FILMES:
A Manequim é o novo selo da Vitrine Filmes para a distribuição de filmes comerciais, que abrangem histórias que fogem ao perfil de lançamentos da Vitrine. O line-up de longas já finalizados e em produção inclui biografias, filmes de ação e muito mais.
A Vitrine Filmes, em dez anos de atuação, já distribuiu mais de 160 filmes e alcançou mais de 4 milhões de espectadores. Entre seus maiores sucessos estão 'O Som ao Redor', 'Aquarius'; e 'Bacurau' de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Outros destaques são 'A Vida Invisível', de Karim Aïnouz, representante brasileiro do Oscar 2020, 'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho', de Daniel Ribeiro, e 'O Filme da Minha Vida', de Selton Mello. Entre os documentários, a distribuidora lançou 'Divinas Divas', dirigido por Leandra Leal e 'O Processo', de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional.
Além do cinema nacional, a Vitrine Filmes vem expandindo o seu catálogo internacional ao longo dos anos, tendo sido responsável pelo lançamento dos sucessos “O Farol”, de Robert Eggers, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia; “Você Não Estava Aqui”, dirigido por Ken Loach, e premiado com o Oscar de Melhor Filme Internacional 2021: 'DRUK - Mais uma rodada', de Thomas Vinterberg.
SOBRE O CANAL BRASIL
O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com 365 longas-metragens coproduzidos. No ar há mais de duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.
FONTE:
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