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Baseado em fatos reais, 'O Protocolo de Auschwitz', dirigido por Peter Bebjak, narra o drama real de Alfred Wetlzer (Freddy) e Rudolf Vrba (Walter), dois judeus eslovacos que conseguem fugir de Auschwitz-Birkenau, em 1944. Lutando para escapar dos nazistas, com a ajuda dos outros prisioneiros, eles levam consigo documentos com informações exatas sobre o genocídio que estava acontecendo nos campos de concentração. O objetivo era denunciar, para a resistência e a Cruz Vermelha, a política alemã de extermínio dos judeus, na esperança de que os aliados realizassem bombardeios e destruissem os campos da morte.
O ator eslovaco Noel Czuczor, que interpreta Freddy, revelou nunca ter ouvido a história do relatório Vbra-Wetlzer até ser informado pelo diretor Peter Bebjak. "Logo percebi que a maioria das pessoas em nosso país também nunca tinha ouvido falar deles. Eu fiquei chocado. Lá estavam eles, cimentados no tempo e na história, alcançando essa façanha impossível, mas a própria nação da qual eles também fizeram parte havia se esquecido deles - especialmente minha geração. Nunca ouvimos seus nomes nas aulas de História, nunca nos disseram sobre eles. É cruel e assustadoramente fascinante essa tendência humana de esquecer o passado."
A preocupação em recuperar a memória desse passado, alertando sobre os riscos de que atrocidades como essa voltem a se repetir, é uma preocupação presente na obra do cineasta. O filme chama atenção para as muitas tentativas de se negar a existência histórica dos campos de extermínio dos nazistas. Atualmente, na era das redes sociais, vivemos numa bolha virtual que é utilizada por muitos para propagar o ódio e a intolerância. Precisamos ter cuidado com a desinformação e o incentivo às ideias preconceituosas e de discriminação, sejam étnicas, religiosas, de gênero ou orientação sexual, que são um perigo para a sociedade, causando ações de violência, xenofobia e homofobia.
O diretor Peter Bebjak, ao ser questionado sobre os problemas atuais e de escala mundial referentes ao extremismo radical e o nacionalismo étnico, em relação aos recentes eventos de invasão do Capitólio, em que um homem foi fotografafo usando um moleton do "Camp Auschwitz", responde: "Citarei Václav Havel: "(...) As pessoas mais influentes na política geralmente são aqueles que a criam. São suas realizações, sua retórica, sua abordagem. Se alguma desssas coisas for odiosa, sempre haverá pessoas que irão, talvez por frustração, se voltar para políticas como essa. Isso está acontecendo em todo o mundo, onde o populismo é a forma de governança. E em tempos de crise, econômica ou moral, as pessoas tendem a se refugiar em ideologias extremas. Foi assim que Hitler ganhou seu poder e também como nascem as ditaduras".
Elisabete Estumano Freire.
***Informações e trechos das entrevistas com o diretor Peter Bebjak e o ator Noel Czuczor foram extraídas do bookpress oficial do filme fornecido por Léo Rolim, da A2 Filmes.
O PROTOCOLO DE AUSCHWITZ
Alemanha – Eslováquia – Polônia – República Checa | 2020 | 88 min. | Drama – Guerra | 16 anos
Título Original: The Auschwitz Report
Direção: Peter Bebjak
Roteiro: Peter Bebjak, Tomás Bombík, Jozef Pastéka
Baseado na obra de Alfred Wetzler (What Dante Did Not See)
Elenco: Noel Czuczor, Peter Ondrejicka, John Hannah, Wojciech Mecwaldowski, Jacek Beler, Michal Rezný, Kamil Nozynski, Christoph Bach
Distribuição: A2 Filmes
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