Novo filme do diretor Barry Jenkins ("Moonlight") aborda racismo e o sistema penal norte-americano.
Vencedor de melhor roteiro adaptado no Critics' Choice Awards 2019, além dos prêmios de melhor atriz coadjuvante para Regina King no Critics' Choice Awards e no Globo de Ouro, o filme "Se a Rua Beale falasse" de Barry Jenkins faz uma crítica contra a Justiça e o sistema penal norte-americano, que encarcera em sua maioria negros e pobres.
Baseado no livro de James Baldwin, o longa é ambientado no Harlem na década de 1970, e apresenta a história de um jovem casal, Tish (Kiki Layne) e Alonzo "Fonny" Hunt (Stephan James). Amigos de infância, apaixonam-se e Tish engravida, desencadeando uma crise familiar. Por outro lado, o rapaz também é acusado e preso injustamente por um crime que não cometeu. O filme narra a luta de Tish e das famílias para provar a inocência de Fonny.
O longa faz uma breve reflexão sobre como a máquina judiciária é sustentada pelo sistema carcerário, independente da ilusória aplicação da "justiça". Jenkins, responsável pela adaptação da obra de Baldwin, enfatiza o conflito social entre brancos e negros, em que afrodescendentes inocentes são muitas vezes encaminhados ao cárcere com provas forjadas e testemunhos induzidos. O filme possui diálogos fortes. É um olhar sobre o ponto de vista dos afrodescendentes norte-americanos, oprimidos por uma sociedade elitista, branca e racista.
"Se a Rua Beale falasse" é um dos indicados ao Oscar 2019 nas categorias de roteiro adaptado, atriz coadjuvante (Regina King) e trilha sonora original. A cerimônia do Oscar acontecerá no dia 24 de Fevereiro, em Hollywood.
Elisabete de J. Estumano Freire
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