Longa já é o número dois em bilheterias na América do Norte
Segundo o site Hollywood Reporter, "Pantera Negra" fez história e ingressou no último sábado (10), no clube seleto dos filmes de 1 bilhão de dólares em bilheterias no mundo todo. É o sétimo longa de super heróis a ultrapassar a marca mundial em venda de ingressos, incluindo o quinto título no Marvel Cinematic Universe. Na América do Norte se tornou o segundo filme de super heróis de todos os tempos, atrás somente de The Avengers, da Marvel, depois de ultrapassar The Dark Night (2008), que arrecadou na época U$535 milhões de dólares.
O filme teve custos na ordem de U$200 milhões de dólares sendo produzido por Kevin Feige, da Disney e Marvel Studios. Estrelado por Chadwick Boseman, Michael B. Jordan e Lupita Nyong'o, apresenta a origem do Pantera Negra, protetor da fictícia Wakanda, um país que camufla sua prosperidade econômica baseada num raro e valioso minério, o vibranium. Após a morte do rei, seu filho T'Chala (Chadwick Boseman) assume o trono, mas é desafiado por Killmonger (Michael B. Jordan), um antigo inimigo. A partir daí começa uma luta de poder pelo destino de Wakanda.
O país é a imagem de um ideal afrofuturista tecnológico, com elevada qualidade de vida. Representa uma nação que foi poupada da espoliação secular dos países colonizadores. Em Wakanda não há espaço para a visão da extrema pobreza. E o filme parece mesmo querer se distanciar da imagem-clichê da miséria africana.
O filme teve custos na ordem de U$200 milhões de dólares sendo produzido por Kevin Feige, da Disney e Marvel Studios. Estrelado por Chadwick Boseman, Michael B. Jordan e Lupita Nyong'o, apresenta a origem do Pantera Negra, protetor da fictícia Wakanda, um país que camufla sua prosperidade econômica baseada num raro e valioso minério, o vibranium. Após a morte do rei, seu filho T'Chala (Chadwick Boseman) assume o trono, mas é desafiado por Killmonger (Michael B. Jordan), um antigo inimigo. A partir daí começa uma luta de poder pelo destino de Wakanda.
O país é a imagem de um ideal afrofuturista tecnológico, com elevada qualidade de vida. Representa uma nação que foi poupada da espoliação secular dos países colonizadores. Em Wakanda não há espaço para a visão da extrema pobreza. E o filme parece mesmo querer se distanciar da imagem-clichê da miséria africana.
Na verdade, a maquiagem da África hollywoodiana de Wakanda é um contraste com a realidade de muitas regiões daquele continente. Cerca de 21 dos 30 países mais pobres do mundo estão em território africano, principalmente nas áreas adjacentes do deserto do Saara. O mapa da fome é resultado de uma política excludente voltada para a exportação em descompasso com a agropecuária de subsistência e o crescimento populacional. O continente apresenta altos índices de subnutrição, analfabetismo e baixa expectativa de vida.
Imagem/Fonte: Nova Escola |
Entretanto, também é errônea a ideia de que o território africano é formado apenas por regiões desérticas, de cultura tribal e de agricultura de subsistência. Terceiro maior continente do planeta, com mais de 800 milhões de habitantes em 54 países, sendo 48 continentais e 6 insulares, a África possui uma grande diversidade de paisagens, devido ao clima (equatorial, tropical, desértico e mediterrâneo), relevo e bacia hidrográfica.
Cidade do Cabo - África do Sul. |
A erradicação da pobreza extrema parece não interessar às nações do Primeiro Mundo, que enriqueceram com a exploração dos recursos naturais do continente africano. Se no passado, países europeus como Portugal, França, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Itália e Alemanha dividiram o continente em colônias de exploração, atualmente o território é disputado por países como Estados Unidos e China, que querem manter áreas de influência política e econômica na região.
A camuflagem de Wakanda como forma de proteção também pode ser entendida como uma metáfora para a invisibilidade da fome na África. O filme apresenta um certo escapismo para um mundo utópico, de sonho, misticismo, beleza e fartura. Discute séculos de exploração, mas também conclama a uma reação de partilha e solidariedade com as nações mais pobres.
Num país que tem um histórico de políticas de segregação social e de organizações criminosas como a Ku Klux Kan, é importante que Hollywood realize mais produções do porte de "Pantera Negra". O longa não apenas valoriza a cultura afro, mas apresenta um elenco majoritariamente negro, trazendo à tona o debate sobre liberdade e opressão.
A camuflagem de Wakanda como forma de proteção também pode ser entendida como uma metáfora para a invisibilidade da fome na África. O filme apresenta um certo escapismo para um mundo utópico, de sonho, misticismo, beleza e fartura. Discute séculos de exploração, mas também conclama a uma reação de partilha e solidariedade com as nações mais pobres.
Num país que tem um histórico de políticas de segregação social e de organizações criminosas como a Ku Klux Kan, é importante que Hollywood realize mais produções do porte de "Pantera Negra". O longa não apenas valoriza a cultura afro, mas apresenta um elenco majoritariamente negro, trazendo à tona o debate sobre liberdade e opressão.
Em tempos de governo Trump, que fez declarações racistas contra os países africanos, o filme é uma resposta positiva da indústria cinematográfica sobre a riqueza e importância da cultura afro no mundo. Diante da dominação cultural branca, o protagonista de Pantera Negra pode inspirar crianças e jovens afrodescendentes, que finalmente têm a possibilidade de se espelhar na imagem de um super herói negro. Que esta seja uma tendência para outros filmes de gênero.
Elisabete Estumano Freire.
Leia crítica do filme no link:
http://www.cabinedecinema.com/2018/02/pantera-negra-2018.html
Elisabete Estumano Freire.
Leia crítica do filme no link:
http://www.cabinedecinema.com/2018/02/pantera-negra-2018.html
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