quarta-feira, 26 de abril de 2017

Vermelho Russo tem lançamento movimentado no Rio de Janeiro


Vermelho Russo, de Charly Braun e Martha Nowill, teve sua pré-estreia na noite desta terça-feira, 25 de abril, no Estação Net Rio, em Botafogo. O evento contou com a presença de vários famosos, que foram prestigiar o filme. Estrelado por Martha Nowill, Maria Manoella e Michael Melamed, o longa narra a experiência de duas amigas que foram participar de um curso de arte dramática na Rússia para se aprofundar no método Stanislavski de interpretação.

Rodado inteiramente na Rússia, o longa é inspirado no diário da atriz e escritora Martha Nowil, publicado na revista Piauí, em março de 2009. Para a autora, sobre o processo de realização do filme: “Foi muito lindo. Quando eu fui para a Rússia pela primeira vez e escrevi o diário eu já escrevi no intento de que a coisa ficasse para a posteridade. Eu queria reter um pouco de tudo aquilo. (...) Eu queria que as pessoas compartilhassem minha vivência. O filme, quer dizer, tomou uma proporção muito maior. É um sonho. Foi muito bom”.

Segundo Braun, que além de dirigir responde pelo roteiro, em parceria com Nowill, o filme é um misto de documentário e ficção. “Quando o diário foi publicado na Revista Piauí eu li e fiquei encantado com aquilo (...). É uma recriação da primeira viagem, mas são elas fazendo uma nova viagem como se fosse a primeira”. De acordo com o diretor, filmar no inverno russo foi um processo relativamente rápido e tranqüilo, apesar das dificuldades culturais e a barreira da língua. “Eu gosto dessa sensação do desterro, do personagem longe do seu habitat. Todo dia era um aprendizado. Todo o dia a gente reescrevia o roteiro, porque aconteciam coisas interessantes (..). Havia um roteiro, ele se abriu muito e fechou novamente na montagem”.

O filme é uma verdadeira aula de arte dramática teatral, em que as atrizes são testadas constantemente, aprendendo com o mestre russo Vladimir Poglazov o método de interpretação de Stanislaviski, mas vai além disso. É uma viagem ao mundo interior do indivíduo, em que a revelação de sentimentos, antes velados, aflora numa situação de confronto, paixões e amadurecimento. O desafio de viver uma experiência nova, num país estrangeiro, enfrentando nevascas, a barreira da língua e uma cultura diferente faz com que as personagens, amigas de infância, vivam uma situação de dependência e desgaste, durante a breve e intensa convivência no quarto de hotel e no rigoroso curso teatral.

É interessante o modo como a direção conduz a narrativa, com delicadeza e leveza. O filme tem vários momentos divertidos, levando o público às gargalhadas ou ao drama, com uma verdade que nos envolve. O espectador chega a compartilhar com os personagens os sentimentos, como se pudéssemos estar presentes e interferir na trama, tanto nos momentos cômicos quanto na solidão e no drama das personagens.


“Vermelho Russo” venceu o prêmio de melhor roteiro no Festival do Rio 2016 e participou da Mostra Internacional de São Paulo. Estreia dia 27 de abril.

Elisabete Estumano Freire.




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